Reportagem

Nova presidente na Penha de França

resized_P França - presidente Sofia Oliveira Dias (12)Sofia Oliveira Dias sucede no cargo à anterior presidente a meio do mandato, situação inesperada mas à qual a nova responsável não vira costas na convicção de que a experiência adquirida ao longo dos anos na vida autárquica lhe assegura um bom desempenho no trabalho em favor da população.

EdoO: Em primeiro lugar, gostaríamos de lhe perguntar como é ocupar o cargo de presidente da Junta de Freguesia e ser a responsável máxima na hora de responder perante os fregueses da Penha de França…

Sofia Oliveira Dias: “É, antes de mais, uma grande honra. E é também uma grande responsabilidade estar à altura quer dos anseios da população, quer de todos os grandes autarcas que me antecederam no exercício das funções de presidente, que são novas para mim, quer ainda dos titulares dos restantes cargos autárquicos. É, portanto, um sentimento misto. Por outro lado ainda, é algo inesperado. Não estava nos meus planos, nunca esta questão se tinha colocado e portanto não fazia parte do meu projecto de vida ser presidente de Junta. No entanto, as circunstâncias assim o ditaram e é com todo o sentido de responsabilidade que pretendo corresponder às expectativas da população, do Partido Socialista, pelo qual fui eleita, e na defesa do “partido da Penha de França”, como costumo dizer.”

Nem precisávamos de perguntar mas… sente-se preparada para este desafio?

“Sim. Quando fui confrontada com a necessidade de desempenhar as funções de presidente desta Freguesia, que abrange na verdade duas antigas freguesias, percebi que todos estes anos contribuíram para este momento. Fui vogal na antiga Junta de Freguesia de São João, a partir de 1999. Sinto que todas as experiências acumuladas acabam por fazer sentido, na medida em que permitiram adquirir e desenvolver competências necessárias para os desafios que acabam por surgir. Portanto sim, sinto-me mais que preparada.”

Quais são os pelouros que assume directamente?

“Para além da Gestão Territorial, os Recursos Humanos e a Protecção Civil, decidi inovar e incluir um pelouro que é o do Bem-Estar Animal. É uma das competências previstas na nossa orgânica e é uma causa que quisemos abraçar, como sinal político e com uma forte componente prática. Hoje em dia já é crime o abandono de animais e é necessário chamar a atenção das pessoas para esta problemática. Pretendo reunir com as associações ligadas à defesa animal e implementar na Freguesia experiências-piloto de captura e esterilização de colónias de gatos silvestres, mas também instalar um banco alimentar para animais. Consideramos que é um problema social: há muitas pessoas idosas que tiram dinheiro das suas parcas reformas para alimentar os animais de estimação, que se privam de comprar comida para si e de comprar medicamentos para o fazer.”

E quais são as grandes prioridades para a segunda metade do mandato?

“Temos três grandes prioridades: o espaço público, a educação e o licenciamento, no âmbito das novas competências da reorganização administrativa.”

Comecemos pelo espaço público…

“Na primeira metade do mandato recebemos as novas competências da reorganização administrativa da cidade de Lisboa e fizemos uma criteriosa gestão financeira. Foi uma gestão prudente por ser tudo novo e termos recebido novos trabalhadores, exigia-se um rigoroso controlo para garantirmos disponibilidade orçamental. Chegámos a meio do mandato em boas condições financeiras para levar a cabo os projectos que queremos desenvolver, com os recursos técnicos e humanos adequados. Um dos problemas principais da Freguesia é a falta de estacionamento. De alguma forma pretendemos minorar isso através de pequenas intervenções de reperfilamento de passeios e nos arruamentos. Vamos intervir no ajardinamento, na melhoria dos espaços verdes, dos espaços de lazer e de estadia das pessoas… Vamos introduzir melhorias na acessibilidade, rebaixar passadeiras, eventualmente outras medidas de acalmia de trânsito… Esta é uma Freguesia com grande densidade, estamos a falar de problemas que as pessoas nos trazem com frequência. Queremos também imprimir um ritmo mais acelerado ao “Uma Praça em cada Bairro”, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, que aqui na Freguesia vai contemplar a Parada do Alto de São João. Pretendemos, finalmente, dar nova vida ao espaço no baluarte do Forte de Santa Apolónia, depois do concurso que permitiu a instalação das hortas urbanas. Queremos melhorar o ordenamento do coberto vegetal, melhorar os acessos e terminar o arranjo já feito. Estamos a ponderar formas de animar aquele espaço, que é um geo-monumento importante.”

E quanto à educação?

“Faz parte das nossas prioridades o ATL para as crianças do 5.º e 6.º ano. A CAF – Componente de Apoio à Família visa apoiar as crianças do ensino básico, do 1.º ao 4.º ano. Sentimos que as crianças do 5.º e 6.º ano ficam um pouco desapoiadas no período em que terminam as suas aulas. Decidimos investir e contamos ter já no ano de 2016 um projecto-piloto de ATL para estas idades. Por outro lado, vamos complementar a praia-campo no sentido de termos colónias de férias para jovens a partir dos 12 anos. São jovens que não têm actividades de praia-campo e que precisam de uma resposta autónoma, com actividades diferentes das dos mais novos, nas quais já não se revêem devido à idade. Finalmente, estamos a pensar complementar o nosso apoio ao nível dos manuais escolares, alargando a oferta de manuais a todos os escalões. Queremos dar um sinal aos pais de que esta é uma Freguesia amiga das crianças e queremos apoiar o grande esforço que representa para os pais a aquisição dos manuais escolares.”

Fale-nos agora do que pretende implementar ao nível do licenciamento.

“É outra das áreas em que vamos apostar. Queremos desenvolver esta nova competência, dinamizar o tecido social da Freguesia. Entendemos que devemos ajudar aqueles que criam emprego, facilitar o mais possível todo o licenciamento que depende de nós. Queremos que os empreendedores e empresários vejam a Junta de Freguesia como um facilitador do seu negócio, um parceiro da sua actividade económica. Um emprego, além do posto de trabalho em si, tem um efeito multiplicador na economia e movimento na Freguesia.”

Em que ponto estão as obras na Piscina da Penha de França?

“A Piscina da Penha de França fechou em 2011 e a Câmara de Lisboa concessionou a sua utilização celebrando um contrato-programa com o clube de natação Estrelas de São João de Brito. Numa adenda posterior, a Junta de Freguesia integrou esse contrato. Pretendemos imprimir um ritmo mais acelerado a este projecto porque é um equipamento desportivo que faz muita falta à Freguesia. É uma das coisas que os nossos fregueses mais pedem, que a obra avance e termine. Não só há seniores que utilizavam a piscina para hidro-ginástica e ginástica de manutenção como há crianças que também tinham lá aulas. Reuni com a CML, vamos ter brevemente reuniões também com o clube, no sentido de perceber o que falta para avançar com as obras, que ainda não começaram.”

E o que nos pode dizer da Biblioteca, recentemente relocalizada na Rua Francisco Pedro Curado?

“Queremos ter as melhores relações com a Biblioteca da Penha de França, ter uma cooperação próxima. Posso anunciar que vamos implementar a breve trecho um posto de empréstimo de livros na delegação da Morais Soares, onde estamos a recuperar a biblioteca existente. Consideramos que será um posto mais acessível para parte da população, onde qualquer pessoa poderá depositar e levantar livros”.

Sabemos também que foram entregues recentemente as chaves do quiosque da Praça Paiva Couceiro…

“Sim. O quiosque foi alvo de concurso público, mas infelizmente as coisas não correram bem com o empresário que venceu o primeiro concurso. Estamos agora a trabalhar com um novo concessionário, de um segundo concurso, que tenciona abrir o quiosque nas primeiras semanas de Dezembro. É uma boa notícia não só para o empresário, como para nós, Junta de Freguesia, como para a população da Penha de França. Terá uma oferta um pouco diferente da restante oferta nos estabelecimentos da Praça Paiva Couceiro e funcionará como complemento numa zona onde passa muita gente, com muito potencial.”

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