Reportagem

Mariza no Castelo

Em noite de lua cheia, as portas do Castelo de São Jorge abriram-se para um dos maiores concertos que Lisboa oferece no âmbito das festas da cidade. No dia 20 de Junho, sob o olhar atento de D. Afonso Henriques, no cenário indescritível do Castelo de São Jorge, Mariza subiu ao palco e estremeceu Lisboa.

O castelo oferece-nos uma magnífica sala de espectáculos ao ar livre, com uma vista inigualável sobre Lisboa e mesmo depois de horas de espera para conseguir um ingresso para o concerto e mesmo com o friozinho que se fazia sentir, os lisboetas não arredaram pé para ver a artista, até porque não é todos os dias que se tem a oportunidade de assistir a um concerto desta qualidade e ainda por cima gratuito.

Mariza cantou e encantou todos os presentes. O espectáculo durou cerca de duas horas e só quem assistiu consegue ter noção do que ali se viveu. Depois de ter iniciado com “Lágrima” e de ter interpretado alguns dos temas mais conhecidos do público, mais ou menos a meio do concerto, Mariza desceu do palco e, sem microfone e sem acompanhamento musical, à capela, cantou “A Chuva” a plenos pulmões para uma plateia de largas centenas de pessoas. O silêncio do público e a força da voz da artista, que chegou a todo o recinto, fizeram daquele momento “o” momento alto do espectáculo e no final desta interpretação, o povo, aquele que esperou horas a fio a abertura dos portões do Castelo para ver a Mariza, levantou-se em peso para aplaudir fervorosamente a soberba interpretação da cantora. E Mariza, em jeito de reconhecimento para com o público, atravessou a plateia cantando Ó Gente da Minha Terra seguida pelas câmaras dos telemóveis do público que tentava obter uma imagem perfeita da fadista.

O espectáculo seguiu novamente no palco com temas como O Melhor de Mim, Maria Lisboa, Senhor Vinho ou Maria Joana que puseram todos a cantar, até mesmo os menos prováveis de o fazer: o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o presidente da Lisboa Cultura, Pedro Moreira, também presentes e muito animados.

A artista agradeceu a Lisboa e aos lisboetas. Os lisboetas também estavam visivelmente agradecidos e emocionados com a qualidade do espectáculo e, como nos disse Cristina Soares, que esperou “apenas três horas” para ser uma das primeiras a entrar, contam que a ex-EGEAC que agora se chama Lisboa Cultura, repita os concertos de entrada gratuita que são, conforme nos diz Cristina, “um ânimo para o povo”, e continua entusiasmada: “deviam fazer isto mais vezes ao ano, eu não me importava de esperar nem que fosse cinco horas”, conclui.

Fica a sugestão de, no próximo ano, a Lisboa Cultura oferecer umas mantinhas para ajudar a aguentar o fresquinho das noites de concerto. Podem ser publicitárias que a malta não se importa.

As Festas de Lisboa continuam durante todo o mês de Junho e terminam com dois grandes concertos no Terreiro do Paço, dia 29 com Tony Carreira e dia 30 com Richie Campbell, os dois têm início às 21h30.

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