Reportagem

Memórias de um bairro especial: “Juventude” da Encarnação reunida em convívio

A “Juventude dos anos 50-60 do Bairro da Encarnação” juntou-se em mais um almoço-convívio. O EXPRESSO do Oriente não podia faltar à chamada!

Eram crianças, adolescentes e jovens nos anos 50 e 60 do século passado… aquilo que os une é a pertença ao Bairro da Encarnação. Agora celebram essa juventude e as memórias comuns, todos os anos, num encontro que traz sempre um cheirinho a nostalgia e muita emoção.

Na Quinta do Bretão, em Caneças, já são especialmente acarinhados. Ali matam saudades uns dos outros, os que não se viam há meses e os que não se viam há décadas, os que vêm de perto e os que vêm de longe, e ali recordam tempos vividos, amigos de infância e traquinices de que ainda se orgulham.

O convívio é organizado anualmente por um pequeno grupo de pessoas, cuja referência é Fernando Perfeito, empresário sobejamente conhecido por todos. É este nosso amigo que nos dá conta de 85 participantes este ano, um número abaixo do que tem sido costume. Ao nosso Jornal, Fernando Perfeito resume o espírito deste convívio: “A chave é perceber o que sentimos, o que temos em comum: não andámos na mesma escola, na mesma universidade, não frequentámos a mesma paróquia… Temos em comum o facto de termos nascido, vivido ou passado pelo Bairro da Encarnação, um bairro que quase exige que seja celebrada essa pertença, de tal maneira fica entranhado nas nossas vidas!”.

Como é habitual, um dos momentos altos da tarde foi a projecção de uma apresentação com fotografias antigas do bairro e das suas gentes.

O amigo Carlos Félix, cujo falecimento no ano passado motivou uma pausa na realização deste encontro, foi recordado com saudade, no maior aplauso da tarde. Fernando Perfeito não deixou de agradecer a amizade, a presença constante e o contributo para a realização dos almoços de convívio deste amigo querido por todos.

Depois de se terem visto fotografias de almoços anteriores, recordaram-se brincadeiras de rua, como a corda, o bilas, a macaca, o salto ao eixo ou o pião. E quem não se lembra dos carrinhos de rolamentos, da trotinete e da bicicleta?

Veio à memória o comércio personalizado, nomeadamente o histórico barracão e as bancas que funcionavam como supermercado do bairro, mas também a Casa Silva, a Drogaria Aeroporto ou os cafés que se mantém hoje como testemunhas do crescimento do bairro, como o Café Modesto e o Café Estrela.

E porque um bairro não é a mesma coisa sem um clube, recordou-se a riqueza desportiva que proporcionou experiências bonitas, alegrias e até títulos aos filhos do bairro, nomeadamente o Centro de Recreio Popular n.º 5 do Bairro da Encarnação (Desporto e Alegria) e o Clube Atlético e Recreativo da Encarnação (CARE), cuja fusão (juntamente com o Centro de Cultura e Desporto da Quinta do Morgado) viria a formar a actual ADCEO.

Por fim, foi feita uma autêntica homenagem aos “criativos do bairro”, alguns deles presentes na sala, cujo talento se encontra vertido em obra publicada e é reconhecido por toda a sociedade: poetas, escritores, arquitectos e até caricaturistas e actores, como os casos de João Honório e José Pedro Gomes.

Viva o Bairro da Encarnação!

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