Reportagem
Subbuteo: estou concentradíssimo!
O Núcleo de Subbuteo do Clube Desportivo Olivais e Moscavide organizou o seu 1.º Open N
acional da modalidade, abrindo as suas portas a todos.
Num minuto, o salão do clube nas instalações do antigo restaurante fazia ecoar gargalhadas e conversas animadas, entrecortadas pela música que saía das colunas de som; no minuto seguinte, abatia-se um silêncio típico de provas de exame ou algo do género. Não se ia cantar o fado: ia-se jogar subbuteo!
Ao longo das várias mesas de jogo dispostas ao longo do salão, já com o cronómetro a correr, as duplas de oponentes iam movimentando os seus jogadores na busca do golo, sob o olhar atento do árbitro. As curtas pausas entre as partidas, que duravam meia hora, eram aproveitadas para confraternização, para comentar alguns lances de jogo e para cumprir um ritual quase religioso de limpeza, arrumação e desarrumação das pequenas peças de jogo.
Nuno Silva, responsável do Núcleo de Subbuteo do Olivais e Moscavide, explica ao EXPRESSO do Oriente que todos os clubes que participam no Campeonato Nacional da modalidade têm de organizar um encontro pelo menos uma vez durante a época desportiva. “Como fomos a última equipa a entrar para a Associação, ficámos com a última data disponível, no mês de Julho”.
Apresentaram-se na competição sete elementos do clube da casa, cinco elementos do Belenenses, dois jogadores do Juventude de Castanheira, outros dois do GRD 1.º de Maio de Tires, mais três do Clube Futebol Sassoeiros, e até um jogador do Bolonha Tigers de Itália!
“Era um jogo que já jogava na minha infância, quando ainda não havia consolas”, recorda Nuno Silva. “Aprecio muito esta modalidade porque estimula a parte intelectual, ajuda a pensar, aumenta os índices de concentração e permite um grande convívio entre jogadores”, completa.
Cuidado com ela!
O nosso Jornal não resistiu a trocar conversa com a única representante do sexo feminino presente na competição.
Carolina Villarigues tem 19 anos e joga subbuteo no Belenenses pela segunda época. “Comecei na escola, onde o meu professor de Oficina de Artes, José Santos, tinha um núcleo de subbuteo. Já tinha colegas que tinham começado, quis experimentar e nunca mais deixei”, afirma com um sorriso.
Questionada sobre o porquê de ser uma modalidade muito masculina, Carolina nota que “há de facto muito poucas raparigas”; “porquê não sei, talvez por ser um jogo parecido com o futebol e ainda se pensar muito nesse desporto como uma coisa de homens”. Também em relação à idade, acrescenta que “a malta nova não adere tanto. Hoje em dia há playstations e outros jogos… os pais colocam os filhos no futebol ou na natação, não no subbuteo”.
Certo é que para esta jovem representante portuguesa no estrangeiro, em torneios em Espanha, França ou Bélgica, este é “um desporto fantástico”: “ajuda-nos a pensar e a raciocinar melhor, promove muito o convívio, de certeza absoluta muito mais do que as consolas”. Carolina estará nos primeiros dias de Setembro no Mundial da modalidade, em Frameries (Bélgica). Boa sorte!
“Aqui no Olivais e Moscavide treinamos todas as terças-feiras das 19h às 20h30. Não é o tempo ideal, mas é o tempo de que conseguimos dispor para treinar. Gostaria de lançar o convite às pessoas para conhecerem a modalidade e visitar-nos nos dias dos treinos para aprenderem e começarem a praticar”, finaliza Nuno Silva. Qualquer um pode jogar, a partir dos 6 anos! Quer experimentar?
