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Teatro Contra-Senso apresenta: Caixa Negra

resized_Caixa Negra - Teatro Contra Senso (3) resized_Caixa Negra - Teatro Contra Senso (13) resized_Caixa Negra - Teatro Contra Senso (19) resized_Caixa Negra - Teatro Contra Senso (25) resized_Caixa Negra - Teatro Contra Senso (29) O Grupo de Teatro Contra-Senso comemorou o seu 19.º aniversário levando ao Auditório Fernando Pessa uma representação sobre a temática do bullying.

Para os mais distraídos, bullying é uma palavra da língua inglesa que descreve actos de violência física ou psicológica exercidos por um ou mais indivíduos de forma intencional e repetida, que deixam marcas psicológicas na vítima.

“Dentro de cada um de nós há uma caixa negra cheia de tudo, tudo, tudo, cheia de memórias que não nos abandonam, que se transformam em fantasmas que nos lembram os que nos gozaram, magoaram e maltrataram”, dizia a certa altura da peça uma das personagens. Esta “caixa negra” que dá o título à representação é guardada pelo “Anjo da Noite”, uma figura omnipresente capaz de nos aterrorizar dia e noite.

Miguel Mestre, o encenador, explica ao Jornal EXPRESSO do Oriente que “tudo começou com uma experiência”: “Peguei em oito jovens de Marvila e apresentei no auditório da Escola Secundária D. Dinis uma peça que falava sobre bullying, recorrendo a histórias reais narradas pelos alunos. A aceitação foi tão boa que decidimos pegar nela com o Teatro Contra-Senso. Fiz uma adaptação mais madura, com uma abordagem não só para os jovens como para o público mais adulto, que a aceitou muito bem”.

Com um guarda-roupa fantástico, elementos de forte simbologia como os espelhos, as máscaras, os bonecos, com uma poderosa performance de dança e reduzindo a paleta de cores ao vermelho, ao preto e ao branco, a peça fundiu de forma genial as fronteiras entre a ilusão e a realidade, o dia e a noite, a segurança e o sofrimento.

Ainda segundo Miguel Mestre, “Caixa Negra” é a primeira peça de uma trilogia, a que se seguem “Espinhos”, apresentada já este ano, sobre a violência no namoro, e “Fragmentos”, sobre abusos sexuais, que já está a ser ensaiada e deverá estar em cena em Março ou Abril do próximo ano. As três peças recorrem a alunos de Marvila e têm ligação entre si. Por exemplo, o Anjo da Noite está presente nas três.

“És aquilo que és, aquilo que sempre foste. Nunca te deixes moldar pelo que os outros dizem que és”; “Livra-te dessa má memória. Ergue o teu rosto e segue o teu caminho, que dá sentido à tua vida”; “Já pensaste que podem ser os outros que estão errados, e não tu?”. Eis algumas das fortes mensagens transmitidas na noite de aniversário do Contra-Senso, por um talentoso elenco de actores que acabou aplaudido de pé.

Bravo!

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