Cinquenta anos depois do encerramento da Casa dos Estudantes do Império, a cidade de Lisboa acolhe uma homenagem a este “Farol de Liberdade”.
A Casa dos Estudantes do Império (CEI) esteve instalada num antigo edifício no Arco do Cego, entre os anos de 1944 e 1965. A intenção subjacente à sua criação era perpetuar a dimensão imperial de Portugal, sob o signo do Estado Novo, ao mesmo tempo que proporcionava aos estudantes universitários das ex-colónias portuguesas o prolongamento dos seus estudos.
Pela CEI passaram diversos dirigentes independentistas das ex-colónias e membros dos movimentos de libertação, além de outros nomes incontornáveis da cultura e da política. Apenas para citar alguns, nomeamos Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Joaquim Chissano, Fernando França Van Dúnem e Miguel Trovoada.
A Galeria dos Paços do Concelho de Lisboa vai ser o palco da exposição “Casa dos Estudantes do Império. Farol de Liberdade” e de um colóquio internacional intitulado “Casa dos Estudantes do Império: histórias, memórias, legados”, já no dia 21 de Maio.
A Fundação Calouste Gulbenkian, por seu turno, acolhe uma série de debates sobre diversos temas ligados ao império português, ao Estado Novo, às descolonizações e aos povos das ex-colónias, nos dias 22, 23 e 25 de Maio.
O cinquentenário assinala-se com esta homenagem que, segundo as palavras de Vítor Ramalho, secretário-geral da UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) “se faz necessária para que a história, com testemunhos vivos, não seja esquecida”.