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Presidente Donald Trump debatido nos Olivais

A Escola Secundária António Damásio acolheu uma conferência sobre um tema que muito tem ocupado as cabeças dos europeus: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

O auditório estava, uma vez mais, cheio para escutar o professor universitário José Gomes André, docente na área da Filosofia Política da Universidade de Lisboa. O título da conferência era: “O mundo, os EUA e Trump”.

Primeiro, o professor começou por explicar aos alunos que o problema da política se assemelha ao problema da gravidade: mesmo que não nos interesse nada, vai continuar a afectar de forma directa a nossa vida.

De seguida, o investigador expôs algumas ideias sobre aquilo que descreveu como uma “relação de amor/ódio” que mantemos com os americanos, misturando o preconceito e o anti-americanismo com um consumo ávido de tudo o que é cultura americana, dos filmes à música, passando por outras áreas.

Entre variados temas e dados estatísticos, incluindo dados económicos e a questão do armamento, a discussão incidiu sobre a verdade e os factos. Para José Gomes André, “não há possibilidade de diálogo quando a observação não vai alterar os factos que se dão como certos e indiscutíveis”: “imaginem que não vão aprender mais nada, alterar nenhuma opinião; tudo o que já possuem é aquilo de que necessitam. Agora imaginem que estão à frente da maior potência mundial e que falam sobre isso de hora a hora através do Twitter. Aí têm Donald Trump!”.

Contudo, nem tudo é negativo: perante as questões colocadas pelos alunos, o investigador identificou pelo menos dois motivos de esperança. Em primeiro lugar, os “checks and balances”, ou seja, os mecanismos de limitação do poder próprios do sistema político americano. E em segundo lugar, a época em que vivemos: nunca houve tanta facilidade de comunicação, de mobilização e tantos mecanismos de denúncia.

No final, numa altura em que o debate já recordava o “Brexit”, as eleições em França, na Alemanha, ou na Holanda, um sentimento partilhado tomou conta dos presentes: esperemos que não surja nenhum Trump entre nós!

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